‘Três Sombras é uma história em quadrinhos de Cyril Pedrosa, que é francês e neto de portugueses. O autor, portanto, tem a influência desse carinho português-ibérico no quadrinho dele. O livro traz a história de um pai querendo proteger o filho de três sombras que ele vê no horizonte. Então, ele atravessa o mundo com o filho para protegê-lo dessas sombras. Um dia, ele descobre que não adianta [querer controlar] - a vida é muito maior do que isso. É um quadrinho lindo, delicado, com ilustrações muito bonitas em preto e branco. É uma história emocionante e muito bonita sobre carinho de pai e filho e acho que vale a pena ler por conta disso... É a história sobre a vida que a gente não controla. É muito bonito’.
‘É um clássico da literatura de formação, no sentido de que ele expõe, no contexto da história, o quanto nós - homens - podemos ser maus e ruins. De que forma? A história trata de crianças que sobrevivem a um acidente - sem nenhum adulto e ficam em seu estado de natureza bruta. Então, tudo aquilo que existe em todos nós, latente à sociedade e às normas de conduta, que acabam freando e nos modelando, não passa por lá. Lá não tem esse limite. Como criança já não tem nenhum limite, então imagine sem um adulto ou uma força que possa direcionar os instintos delas. Elas se tornam seu estado de natureza pura - para o bem e para o mal. O livro expõe tudo isso. O Senhor das Moscas é uma alegoria que expõe tudo o que a gente tem de mais perverso; usando como figura as crianças, que variam entre 6 a 14 anos. Tem 60 anos desde a sua publicação e é uma leitura cada vez mais atual. Leitura obrigatória em escolas inglesas e britânicas’.
‘Para as férias, uma ótima opção de leitura é Um Chinês de Bicicleta, do argentino Ariel Magnus. Na cidade de Buenos Aires atual, um antigo bairro judeu é hoje ocupado por chineses, colocando frente a frente duas das culturas mais antigas do mundo.
Nesse cenário, incêndios criminosos e um sequestro deveras incomum compõe a trama insólita e divertida.
Pra quem gosta de histórias bem construídas que conta, ainda, com um humor sutil e inteligente’.

‘A visita cruel do tempo já começa a trair por conta do próprio título. Na medida em que você lê o livro, percebe que os personagens estão sempre perdidos em questionamento e contemplações em relação a uma época perdida da vida deles. Os personagens estão ligados, de alguma forma, à indústria fonográfica atual. Por isso, existem várias situações sobre o que foi música de qualidade e as ‘porcarias’ de hoje em dia. Os músicos e as bandas perderam a identidade; Todos são cópias de cópias de um estilo que fez sucesso no passado porque era genuíno; era único... Talvez um estilo mais despojado. Tudo o que a gente tem hoje, de acordo com os personagens, é uma cópia de uma cópia. O grande sentido de se trabalhar com música, até mesmo pra eles que precisam caçar talentos e procurar novas oportunidades de vendas na indústria é uma tarefa entediante - eles não conseguem ver nada de bom. Esses personagens também fazem uma contemplação a eles mesmos; à vida deles - ‘É o tempo que é cruel ou é o tempo que você olha pra trás e percebe que passou e isso é realmente cruel?’ Porque agora você não tem mais o ‘o que eu vou fazer da minha vida? Vou fazer faculdade? Vou casar?’. Não dá mais pra pensar nisso. Você fez uma escolha e você tem a consequência dela. Você tem que viver com essa consequência. Você é a consequência e toda escolha é uma renúncia, também.

‘Escrito pelo Stan Lee - criador de super heróis como o Capitão América, o Homem Aranha, o Hulk - que deve estar com seus 80 anos, em todo filme da Marvel que sai nos cinemas, ele faz uma ponta (seja de 3 ou 4 segundos). Ele aparece sempre. O outro ilustrador é o John Buscema - que é tipo um Michelangelo dos quadrinhos da Marvel; o cara é histórico. Os dois dão todos os macetes para se desenhar os personagens, os cenários, as perspectivas, além que quais materiais usar para desenhar quadrinhos - sempre de maneira bem humorada. O Stan Lee tem várias sacadas legais e irônicas durante as explicações, então fica uma coisa bem gostosa e relaxada de se aprender; Não fica maçante, é bem divertido e dá uma boa base para se desenhar super heróis. Para quem curte e quer passar as férias praticando suas habilidades de desenhista, é uma boa pedida!’.
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